14 de agosto de 2011

Liberdade, liberdade


Quem é capaz de aceitar a liberdade sem questioná-la?
Questiono os limites da liberdade numa tentativa de compreender o direito do outro e manter uma estabilidade em qualquer tipo de relação. Encuquei esses dias com isso, então deixa eu tentar entender escrevendo.
Eu entendo que todos nós precisamos, além de nos darmos ao outro, cuidar da nossa individualidade. Afinal, temos gostos singulares, problemas pessoais, enfim.
Pra começar penso que o ser humano adora cobrar atenção, mas isso é algo que se dá quando você precisa de alguma forma ver ou falar com certo alguém . Se a atenção não acontece é porque não há esse interesse. Certo? Pensando assim, o que ganhamos ao cobrar algo que não quer vir a nós? Acredito que virá sim, mas não nos pertence, é falso, é algo improvisado e não há nada mais penoso que aceitar migalhas pra se sentir melhor, pra se enganar, na verdade.
Outro problema é a desconfiança, que não deixa de ser um dos bloqueios da liberdade. É sim, pois ao desconfiarmos de alguém estamos impondo nossa dúvida quanto ao caráter daquela pessoa, estamos sendo claros ao pensar que ela não fala a verdade e assim, estamos tirando seu direito de ser verdadeiro. Será que temos mesmo esse direito? É um julgamento sobre o outro, alguém que tem seu individualismo e precisa utilizá-lo como quiser. A desconfiança nos aprisiona, pois estamos em constante vigilância sobre os passos alheios, observando e concluindo o que queremos. Como se nossa concepção do que é ou não certo fosse o certo.  É bem egoísta crermos no que pensamos.
Se gosto, quero cuidar, mas também quero dar e ter liberdade pra sermos quem somos  o tempo todo. Mas é tão complexo pensar assim, é tão mais difícil agir assim e estar bem com nós mesmos no final. É praticamente aceitar que tudo pode acontecer, pois ninguém tem o direito de impedir o outro de fazer o que quer. Tudo bem, se não somos obrigados a aceitar, é só terminar a relação. Mas e se eu considerar que aquela pessoa faz parte de mim, que vale mais a pena o que somos um pro outro do que se prender aos problemas de nossas individualidades? Então é preciso aceitar a condição. Mas aceitar por obrigação não nos faz bem e então como fica nossa mente? Uma confusão.
Meu questionamento é: conseguimos entender as razões pra se respeitar a liberdade de ir e vir, mas conseguimos viver bem com isso?
Aos poucos tento entender essa ideologia, aos poucos consigo. Mas ainda sinto medos, tensões..