30 de dezembro de 2010
Feliz ano novo!
15 de dezembro de 2010
Olhos nos olhos/Chico Buarque
Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz
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É impressionante como há músicas que tocam bem no fundo da alma.
Nem é preciso está na situação em que ela diz.
Essa música é muito forte. Perfeita, embora triste.
14 de dezembro de 2010
Instantes
Com cadernos e livros nas mãos
Passava todos os dias apressadamente
Em minha calçada
Não sabia se ela tinha namorado
Apenas notava seu lado responsável e sério
Admirava-lhe por esta seriedade
Além de tudo, deixava seu rosto até mais bonito
Era minha vizinha,
Era minha alegria matutina
Não entendia como nem sequer nos conhecíamos formalmente,
Afinal, éramos vizinhos
Mas sentia um carinho forte por aquela garota,
Algo que me deixava maravilhado imaginando como seria tocar suas mãos
Passaram-se dois meses e não a vi mais
Mudou de cidade. Foi estudar noutra universidade.
Um dia já estava quase batendo à porta de seus pais
Quando ouvi o barulho de muitas pessoas conversando na rua, muitos risos
Era ela, a minha menina que havia chegado para passar as férias com a família
Apesar de tudo, me contive.
Esperei o momento certo e finalmente parei-a na rua, me apresentei, convidei-a para caminhar
Sobre quase tudo conversamos.
Mais do que pensei, ela era muito educada, atenciosa, meiga.
Durante três meses vivenciamos coisas juntos,
E foram meus dias mais felizes.
Mas depois das férias ela se foi
E nunca mais sorri.
Minhas rugas
Quando chega a noite
Lembro daqueles dias em que me sentia sozinho.
Deitava e pensava em tudo o que acontecia,
Perguntando-me se já havia terminado minha curiosidade.
Eu era tão jovem!
Não sei por que me questionava a mesma coisa sempre.
Um dia percebi que as experiências nunca cessarão,
Que viver é a maior aprendizagem de que um ser pode usufruir.
Os primeiros passos de uma criança,
Um sorriso de agradecimento,
Conhecer alguém,
A morte e muito mais podem nos ensinar muito.
Os anos que vivi foram preenchidos de observação,
De atitudes, medos,
Apegos e desapegos,
Amores mal compreendidos, platônicos,
Outros encantadores.
Hoje olho pra trás e analiso quão boa foi minha vida
Pois todos os sentimentos me permiti conhecer
Alguns me fizeram chorar feito criança,
Pensei até em fuga,
Mas compreendi que tudo aquilo valeu a pena.
Fez-me amadurecer,
Conheci pessoas lindas,
Também conheci a maldade,
Mas nada me fez desistir.
E hoje conto minhas aventuras aos meus netos,
Não pretendendo que eles não façam o que fiz de errado ou aproveitem para tentar algo que deu certo,
Mas com o propósito de mostra-lhes como viver é excitante,
Pois nunca saberemos se o caminho terá uma saída,
Só tentando consegue-se descobrir onde o sol brilhará mais forte.
A essa altura da vida ainda sou aluno.
As dores me tomaram,
A beleza já não existe,
Sinto-me cansado,
Mas feliz e agradecido por tudo.